Fumar na gravidez: riscos que o cigarro pode trazer para o bebê
Saiba quais são as consequências que acometem a criança durante a gestação e na fase da amamentação
A realidade é assustadora e mostra que 87% das mulheres que fumam não deixam o vício de lado quando engravidam. É o que indica uma pesquisa divulgada na revista científica inglesa Addiction, em 2015. Outro estudo reproduzido na mesma publicação mostrou que 76% das grávidas que abandonam o cigarro voltam a consumi-lo até seis meses depois da chegada do filho. O principal motivo mencionado pelas entrevistadas que retomaram o hábito foi o estresse da vida materna.
Esses dados são preocupantes e apontam que, infelizmente, nem sempre a saúde dos pequenos é levada em consideração. “O tabagismo é completamente contraindicado durante a gravidez, pois aumenta a chance de partos prematuros, dos bebês nascerem abaixo do peso, de ocorrer descolamento de placenta e, consequentemente, do óbito fetal”, destaca Rodrigo da Rosa Filho, ginecologista e obstetra e sócio-fundador da clínica de reprodução humana Mater Prime, de São Paulo.
Diferente do que algumas pessoas acreditam, diminuir a quantidade diária de cigarros não é uma alternativa porque, mesmo assim, as consequências são negativas. O médico acrescenta, ainda, outros perigos: fumar na gestação faz com que os vasos da placenta sejam contraídos, diminuindo o fluxo sanguíneo que o bebê recebe quando ainda está dentro do útero.
Mas e quando a mulher é fumante e descobre uma gravidez que não estava nos seus planos? “Ela deve parar imediatamente porque não existe número mínimo de cigarros que podem ser consumidos ao longo dos nove meses. O ideal é zero”, reforça o especialista. E aquelas que estão programando ter um bebê e são adeptas do vício devem abandoná-lo pelo menos de dois a três meses antes de engravidar, mas é claro que, o quanto antes ele for eliminado, melhor!
Fertilidade
A ressalta serve para os casais que querem engravidar: o tabagismo interfere – e muito – nessa questão, afetando tanto a saúde feminina quanto a masculina. “O hábito pode alterar no homem a produção e também aumentar a fragmentação do DNA dos espermatozoides, como se eles tivessem menos energia para fertilizar os óvulos. Além, claro, do maior risco de abortamento“, esclarece o obstetra.
E as mulheres que fumam também não estão ilesas, já que o hábito modifica a nutrição sanguínea do útero. “O cigarro diminui o tempo de vida reprodutiva – adiantando a menopausa em até cinco anos em relação aquelas que não fumam”, pontua o médico.
Amamentação
Os malefícios se estendem para a lactação, afinal, as substâncias tóxicas do cigarro – que são mais de 4,7 mil – são transmitidas para o bebê por meio do leite materno. Mas as mães que não amamentam também devem ficar atentas porque a fumaça é prejudicial para os baixinhos e aumenta a incidência de problemas respiratórios.
Vale lembrar que filhos de pais tabagistas também apresentam mais chances de desenvolver a dependência no futuro. “Isso porque os receptores cerebrais são modificados e a pessoa tem maior predisposição ao vício. Também tem o lado comportamental, que influencia muito”, explica o ginecologista e obstetra da capital paulista.
Como parar?
Hoje, grande parte da população têm consciência dos efeitos negativos do fumo. Apesar disso, não é nada fácil abandonar o costume, mas o importante é buscar ajuda. “Sabemos que o cigarro tem uma dependência química que dura em torno de 2 a 3 semanas. Depois desse período, é só a dependência psicológica, que é a fase mais difícil para quem está habituado em fumar em determinadas situações porque, quando as vivencia de novo, terá vontade de retomar. Para ter esse controle, vale buscar ajuda médica e psicológica específica. Aquela pessoa que realmente quiser parar, com auxílio especializado, terá uma grande chance de sucesso”, afirma o médico.
Fonte: https://bebe.abril.com.br
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