O que é hipertireoidismo: causas, sintomas, prevenção e tratamento
Essa doença, marcada pelo excesso de hormônios da tireoide, afeta o organismo como um todo. Saiba como evitar ou tratar o hipertireoidismo
O hipertireoidismo é caracterizado por uma disparada na produção dos hormônios da tireoide — a tri-iodotironina (T3) e a tiroxina (T4). Esse aumento acelera o metabolismo e causa diferentes sintomas, afetando até as batidas do coração e o funcionamento do sistema nervoso. O tratamento depende de suas causas.
O que é hipertireoidismo
A tireoide é uma glândula em formato de borboleta que fica na região do pescoço e mede cerca de 5 centímetros. Seu funcionamento repercute em todo o organismo e interfere no ritmo dos órgãos. A liberação dos hormônios ocorre a partir de um comando da hipófise, estrutura localizada no cérebro.
Embora seja produzido em menor quantidade, o hormônio T3 é que atua de fato no metabolismo. Já o T4, fabricado em maior volume, é menos potente — e, durante seu trajeto pelo corpo, acaba transformado em T3 para agir nas células.
Com o aumento da quantidade de T3 e T4 na corrente sanguínea, o hipertireoidismo provoca uma aceleração de todo o organismo. O coração, por exemplo, fica agitado e bate mais rápido, o que favorece episódios de taquicardia.
A sobrecarga hormonal também mexe com o cérebro e promove quadros de ansiedade, insônia e nervosismo. A doença ainda pode desregular a digestão e causar intolerância ao calor.
Outra manifestação comum da doença é a exoftalmia, uma alteração nos músculos da parte de trás dos olhos. Não se sabe ainda as causas do problema, mas água e proteínas começam a se acumular no local. Esse volume extra empurra o globo ocular para a frente – o que dá uma impressão de que ele está saltado.
Com o metabolismo acelerado, quem sofre com a disfunção tem um consumo de energia elevado. Para suprir essa constante demanda por combustível, o corpo começa a se desfazer dos estoques de gordura no tecido adiposo. O indivíduo emagrece bastante e de forma rápida.
Um dos gatilhos mais comuns do hipertireoidismo é a doença de Graves, um distúrbio autoimune em que o próprio sistema de defesa ataca a tireoide. Outro motivo da encrenca é a falta de iodo na dieta. Felizmente, esse mineral passou a ser obrigatório no sal de cozinha, o que reduziu o número de casos provocados pela deficiência da substância.
O bócio, um inchaço na altura da garganta, é uma das evidências da falha da tireoide e pode propiciar o hipertireoidismo. O inchaço evidente na região do pescoço é resultado de uma massa que comprime a traqueia e dificulta a respiração.
O quadro, que também está relacionado à falta de iodo, pode ter origem em doenças autoimunes, tumores ou no uso de alguns medicamentos.
Sinais e sintomas
– Olhos saltados
– Taquicardia
– Perda de peso rápida
– Unhas frágeis e quebradiças
– Queda de cabelo
– Agitação
– Impaciência
Fatores de risco
– Doença de Graves
– Uso irregular de medicamentos contra o hipotireoidismo
– Bócio
A prevenção
O fator alimentar mais importante para a formação dos hormônios T3 e T4 é a ingestão adequada de iodo. Para resguardar a tireoide, são necessários 150 microgramas por dia.
O mineral aparece em boa quantidade no sal de cozinha, em frutos do mar e em peixes como a cavala, o salmão, a pescada e o bacalhau.
O diagnóstico
Além da avaliação clínica e do histórico do paciente, o médico pede exames de sangue para medir as taxas de T3 e T4 na circulação. Se a tireoide estiver acelerada, os hormônios estarão em quantidade elevada.
Geralmente, esses aumentos não são detectados nos primeiros estágios da doença. Para tirar a dúvida, é possível medir os níveis do TSH, hormônio produzido pela hipófise que incentiva o trabalho da tireoide. No hipertireoidismo, o TSH aparece abaixo do normal.
O tratamento
Após o diagnóstico, o endocrinologista leva em consideração as causas do distúrbio, a idade e o estado geral de saúde do paciente para prescrever medicamentos.
Remédios de uso oral bloqueiam a liberação exagerada de hormônios pela tireoide. O esquema de tratamento exige cuidados e um acompanhamento de perto, já que as drogas podem provocar efeitos colaterais na pele e no estômago.
Dependendo do estágio do hipertireoidismo, é possível recorrer à cirurgia para retirar a tireoide ou realizar uma terapia com iodo radioativo, que destrói parte da glândula. Só o especialista poderá definir a melhor estratégia.
Para controlar a exoftalmia, ou a projeção dos olhos, o ideal é procurar o endocrinologista e o oftalmologista. Enquanto o primeiro médico controlará os níveis hormonais, o segundo analisa as estruturas do olho e pode indicar a aplicação de colírios e pomadas lubrificantes que diminuem o desconforto ocular.
Fonte: https://saude.abril.com.br
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